21 de jun. de 2008

F1 - Finalmente...




Já estou há muito tempo enrolando para começar a comentar sobre a fórmula 1... Então, antes tarde do que nunca!


Bem, acho que meus amigos sabem que eu sou um pouco diferente da maioria das garotas. Eu cresci assistindo corridas em geral, culpa do meu pai, um apaixonado por carros. E ele transmitiu para mim esse amor, e o resultado é que eu acompanho religiosamente todas as corridas de fórmula 1 que são transmitidas, por mais chatas que elas possam parecer para a maioria. Mas, para mim, elas sempre vão simbolizar uma espécie de magia indescritível para os leigos. Algo belo e artístico.

Eu já li diversos livros sobre automobilismos em geral, fora revistas especializadas e gravações de corridas de antes mesmo de eu ser nascida. E, então, acho que isso me deu um pouco mais de entendimento sobre o assunto do que o torcedor médio que liga sua tv no domingo de manhã, e torce para qualquer piloto brasileiro que aparece pela frente.


Em primeiro lugar, eu aprendi a admirar os pilotos pela sua habilidade, e não pela sua nacionalidade. O que coloca em meu hall de pilotos preferidos muitos estrangeiros. E, na verdade, eles são a maioria.

Esse fato, por si só, acaba me deixando totalmente irritada, todas as vezes que eu sento em meu sofá, e tento assistir às transmissões da F1 da rede Globo. O motivo da minha irritação, como vocês devem imaginar, tem um nome: GALVÃO BUENO.

Esse imbecil consegue me tirar do sério. Tenho certeza que não estou sozinha nessa afirmação. Sei que a esmagadora maioria das pessoas com algum cérebro abomina essa pessoa. Mas para mim, fã da Fórmula 1, é um suplício. Ficar 1 hora (no caso dos treinos) ou 2 horas (nas corridas) tendo que ouvir as opiniões estúpidas, repetições intermináveis e burrices em geral cuspidas pelo Sr. Galvão é de matar. Fora a coisa mais irritante que ele faz. Ele não narra, ele simplesmente torce ao vivo.

Eu, particularmente, acho isso um desrespeito com o telespectador. Eu não quero ficar sentada durante horas ouvindo o Sr. Galvão falando que o Felipe Massa é fantástico ou incrível. Outro dia ele estava se referindo a Felipe como "gênio". Cara, como pode? Isso é uma agressão à minha inteligência!!!

Não que Felipe Massa seja um roda presa. Mas, se ele fosse metade do que Galvão pinta, o cara seria um Schumacher da vida. Fora que, a cada dia que passa, eu passo a achar Massa mais e mais antipático. Claro que isso se deve à influência (negativa) da narração nojenta de Galvão. Só que Massa não tem carisma nenhum, e não faz força para ser simpático com ninguém. Até suas comemorações soam forçadas. Nessas horas é que eu sinto falta de pilotos simpáticos, como Mika Hakkinen...


Fora que, desde que Massa começou na fórmula 1, nunca achei ele nada de mais. É só mais um piloto na categoria. Agora, que ele anda num carro muito bom, pode até ser campeão. Mas nada que o coloque no mesmo patamar dos outros campeões tupiniquins. Emerson, Piquet e Senna são infinitamente melhores do que Felipe, cada um de seu modo particular. Se Massa um dia chegar perto de um dos três, deve levantar a mão aos céus e agradecer pelo resto da vida.


Fora que ser campeão da fórmula 1 não exatamente credencia alguém como melhor da categoria. Alguns exemplos são muito conhecidos, como o Keke Rosberg, que foi campeão graças à sorte. Naquele ano, 1982 para ser exata, a Ferrari, favorita, perdeu seus dois pilotos. Didier Pironi, sofreu um acidente na Alemanha, e não concluiu o campeonato. E Gilles Villeneuve, queridinho dos tifosi e um dos meus ídolos máximos, morreu num triste acidente na Bélgica. O título caiu no colo de Rosberg, que hoje assiste o filho Nico disputar a categoria.


Hoje, durante o treino para o GP da França, Galvão começou a falar sobre os planos da Honda em montar uma segunda equipe para a próxima temporada. Este ano, eles tinham uma equipe número 2, a Super Aguri. Só que a idéia não foi para frente, principalmente por desentendimentos da Honda e de Aguri Suzuki (ex-piloto mala da categoria). O projeto deve ser reavivado para a temporada 2009, só que com uma direção americana, e não japonesa. E, com expeculações rolando soltas, já falaram no nome de Danica Patrick, piloto americana da fórmula Indy.
Então, qual foi o comentário de Galvão sobre a possibilidade? Ele prontamente começou a falar sobre como a fórmula 1 era muito mais difícil e técnica que a fórmula Indy. Ele obviamente não podia despejar claramente seu machismo, mas qualquer pessoa sã percebeu o tom de voz que ele usou. E, logicamente, começou a lembrar sobre como, em 1993, Mansell foi para a Indy e se sagrou campeão, e Michael Andretti (que eu sempre achei roda presa até na Indy) tinha sido demitido por incompetência. Só esqueceu de mencionar alguns detalhes: Andretti, que nunca foi reconhecido até pelos americanos como o melhor da categoria, andou de McLaren. Naquele ano específico, a McLaren tinha perdido, depois de muitos anos, o potente motor Honda. Eles andavam de Ford, sendo que a versão da McLaren era inferior até que a da Benneton (pilotada por Schumacher, que superou Senna em diversas corridas). E, além disso, que piloto gostaria de ter Ayrton Senna como companheiro de equipe e parâmetro? É até injusto!
Mas Mansell não, ele recebeu um carro-foguete. E, é lógico, acelerou como o leão que era conhecido. Agora a pergunta: no ano seguinte ele foi campeão? Claro que não! Os Penske dominaram o ano seguinte, e o leão ficou mansinho...

Claro que, também de forma muito conveniente, Galvão "esqueceu" de mencionar a transferência de Jacques Villeneuve, campeão da temporada 1995 na Indy, para a Williams, em 1996. Neste ano, Jacques, filho de Gilles, andou junto com o campeão da temporada, Damon Hill (outro filho de ex-campeão), e só não ganhou o título por não conhecer cerca de 70% das pistas usadas pela fórmula 1. No ano seguinte, 1997, Jacques foi campeão com sobra, e, assim como Mansell, sagrou-se campeão das duas categorias. Fora que Jacques ainda conta com uma prestigiosa vitória em Indianápolis, o que conta muito no currículo de qualquer piloto.
Para encerrar o assunto, sobre Danica Patrick, que os americanos apelidaram de Wonderwoman. Ela mesma disse que não testaria um fórmula 1 apenas para promever patrocinadores. Teria que ser um teste sério, de vários dias. Garota esperta.

Amanhã, na corrida, já podemos esperar um festival de burrices vinda de Galvão. Fora a secação total que ele vai fazer em Kimi Raikkonen, o pole e virtual adversário de Massa pelo título. Vale lembrar, Sr. Galvão, que Kimi levou o título no ano passado. Será que ele lembra disso quando chama Massa de "gênio"? Ou que Fernando Alonso, visivelmente o melhor da categoria, está fazendo milagre com a carroça que dirige? Eu acho que não.

Um comentário:

Anônimo disse...

Os artigos da Priscila ficam cada vez melhores hehehe. Mas sobre a Formula 1, uma coisa me intriga: por que a Globo, que deve obvimente receber uma tonelada de críticas, mantém esse "narrador"?

Aliás isso me dá uma idéia: se hoje em dia as legendas de séries e filmes são feitas de forma independente pela internet, porque não poderíamos fazer narrações? Hehehe, só uma idéia para ficar pensando...