1 de mai. de 2009

Ayrton Senna - 15 anos


Hoje, no dia primeiro de maio, há exatos 15 anos, o Brasil perdia um de seus maiores ídolos esportivos. O piloto de Fórmula 1 Ayton Senna faleceu, em virtude da colisão de seu Williams com a parede do autódromo de Ímola, durante o Grande Prêmio de San Marino. A corrida não é disputada mais, hoje em dia, mas quem se lembra desse dia sabe que o autódromo certamente não será esquecido tão cedo.

Eu lembro de estar assistindo a corrida (como sempre fazia). E vi o acidente acontecendo ao vivo. Fiquei alguns instantes esperando que Senna saltasse do carro, como sempre fazia após alguma batida. Mas ele não levantou. O socorro demorou uma eternidade (pelo menos foi o que eu achei na época) e a corrida foi interrompida. Lembro bem da expressão do meu pai, quando ele percebeu a demora sem fim do atendimento de Senna na própria pista. E, quando ele viu que as câmeras não focalizavam de perto, e uma espécie de tenda foi armada para proteger o piloto dos fotógrafos, ele olhou para mim, e eu entendi que aquilo não era um acidente comum. Acho mesmo que ele até já tinha percebido a gravidade do caso de Senna.

Eu não estava acostumada a mortes na Fórmula 1. Mas meu pai acompanhou a categoria durante a década de 70, quando mortes eram relativamente comuns. Vários pilotos famosos, e grandes promessas do automobilismo perderam suas vidas pilotando. Só que eu simplesmente não estava preparada para ver algo assim. Tinha a ilusão que a Fórmula 1 era uma categoria segura. Tanto que fiquei chocada com a morte do austríaco Roland Ratzenberger, no dia anterior.

Senna era meu ídolo. Não porque ele era brasileiro. Mas porque ele era o melhor. Até hoje eu sinto saudade dos tempos em que acordava cedo, ou ficava acordada até tarde para vê-lo pilotar. Continuo assistindo todas as corridas de Fórmula 1, e continuo me divertindo. Mas, desde então, nenhum outro brasilero conseguiu chegar perto do patamar estabelecido por Senna. O que é muito triste. O país se acostumou a sempre ter pilotos vitoriosos e bem sucedidos na categoria, desde que Emerson apareceu por lá, na década de 70. Piquet (meu ídolo de infância) e Senna deram conta do recado, e mantiveram o legado de Fittipaldi.

Só tenho pena dos jovens de hoje, muito novos para lembrarem de Senna como piloto, não como o "Deus" fabricado pela mídia após sua morte. Ele era muito bom. E era divertido assistir as corridas em que ele estava inspirado. E, o que temos hoje são pseudo-ídolos, pilotos regulares, mas que a Rede Globo insiste em promover como estrelas apenas para manter a audiência que só despenca.
Felipe Massa? É um insulto para quem já assistiu a Donington Park/93, a corrida em que Senna deu um show fantástico. Ou a mais bela ultrapassagem da história da Fórmula 1, em Hungaroring/86, quando Piquet superou Senna com uma manobra tão fantástica quanto inacreditável.
Rubens Barrichello? Nem preciso comentar. O cara passou anos na Ferrari reclamando que era segundo piloto de Schumacher (esse sim era ótimo) e agora, com uma ótima Brawn na mão, não consegue ser mais que segundo piloto de... Jenson Button.
Não coloco Nelson Angelo Piquet na conta, porque este ainda não mostrou a que veio. Pode se tornar um bom piloto, ou pode ser um porcaria. Ainda não consigo julgá-lo.

Ai que falta faz um piloto bom de verdade na categoria...

Ayrton Senna - 3 títulos mundias (88/90/91)
41 vitórias
65 poles
162 GP disputados

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